sábado, 13 de novembro de 2010

O Trabalho Dignifica o Homem

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Propriedade é Um Roubo



A propriedade, tal como é concebida juridicamente no nosso ordenamento, é injusta, pois a mesma é concebida como algo dissociado do trabalho. As sociedades capitalistas instituíram mecanismos de obtenção da propriedade que primam pela exploração de um indivíduo por outro. Exemplo disso é o fato de uma só pessoa ou um grupo de pessoas (físicas ou jurídicas), donos do que Marx chamava de meios de produção, tornar-se proprietárias da riqueza produzida sem a dispensa de esforço algum, em detrimento de todos os outros homens que que dispenderam sua força de trabalho e mesmo assim estão impedidos legalmente de se assenhorarem daquilo que produziram.

Pergunto: seria justo afirmar que um homem não tem direito a usar, gozar e dispor da totalidade dos frutos do seu trabalho? Seria justo obrigá-lo a dividir o fruto do seu trabalho, cedendo a maior parte dessa riqueza a outro homem, que não trabalhou? Acredito que a maior parte dos caros leitores imaginará que não seria justo. E acredito também que essa seria a resposta alcançada por todos aqueles que usassem nesse raciocínio tão somente a lógica que construímos a partir de nosso senso comum de justiça. O interessante é perceber que o instinto da exploração está de tal forma arraigado na mente de muitos, que ao mesmo tempo em que concordam com a injustiça contida na hipótese do questionamento exposto acima, também concordam com o fato de que seria justo um trabalhador receber, como fruto do seu trabalho, apenas uma mísera parte de sua produção de riqueza, que nós chamamos de salário.

Mesmo que os meios produtivos sejam propriedade de outrem, e que esse seja o álibi para que se justifique a parcela de ganho dos que não trabalharam para produzir a riqueza, o acúmulo do trabalho dos empregados suplantaria o valor desses meios produtivos com o passar do tempo, desobrigando a relação de subordinação entre os empregados e patrões. Diante desse raciocínio, só me resta pensar como Proudhon, que afirmava categoricamente (há mais de 150 anos atrás) que a propriedade, tal como a concebemos, é no mínimo um roubo, e são usurpadores todos aqueles que se aproveitam do trabalho alheio para construir patrimônio próprio.

Não estou afirmando que não deva existir propriedade, mas que cada um seja senhor daquilo que consegue construir com seu esforço (anarquismo é isso), e não daquilo que tomou ao sentar-se sobre as costas de alguém, mesmo que sob a égide da lei (escravidão é isso).

Pense nisso.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Loser



As eleições acabaram, mas o gosto amargo da derrota ainda está na minha boca. Como nas vezes em que não só se engole, mas também se mastiga uma mosca (das grandes) que por acidente vem parar entre os dentes, em vacilo de uma boca aberta.
Não, não sou partidário do PSDB, nem do PT, nem de qualquer outro partido. E nada eu ganharia se qualquer desses partidos, coligados ou não, vencesse ou perdesse. Sou do povo, e o povo sou eu. Se tivesse que ser de algum partido, só poderia ser do partido que nunca ganhou uma eleição, nem ganhará coisa alguma. Da agremiação política dos que não negociam cargos, não recebem títulos honoríficos, nem são convidados a jantares de honra nos paços públicos ou nas residências de homens de influência. Apenas troco meu apoio por dentaduras, sacos de cimento, alguns trocados, e talvez a quitação de um talão de água ou luz. Aliás, isso eu faço muito bem: barganhar a minha dignidade em troca de um roubo futuro por parte dos que se utilizam do meu poder para me amordaçar e acossar.
Pobre de mim, o povo. Zé Coitér: aquele que sempre pagou a conta. Aquele que nunca teve saúde pública quando precisava. Aquele que teve de estudar numa escola do Estado, onde não há ensino, mas mesmo assim me são destinadas, por direito, vagas em universidade pública, para que possamos dizer que a escola do Estado também aprova no vestibular. Aquele que sustenta o luxo de muitos a troco de fome.
Apesar do gosto amargo na boca, e de mais quatro anos de mentiras, estou feliz: tirei fotos com o Lula.
Aliás, ainda bem que o carnaval está chegando...

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